Presidente da SMN participa de sessão especial do Senado no Dia Mundial do Rim

Publicado em 11 de março de 2017 por Allãn Passos.

Dr. Daniel Calazans falou sobre a importância da prevenção e destacou o atual quadro do tratamento das DRC no país

Na última quinta-feira (09/03), data que marcou o Dia Mundial do Rim, foi realizada no Senado federal, em Brasília, uma sessão especial para alertar sobre a importância da prevenção das doenças renais e também debater a atual situação do tratamento das doenças renais crônicas (DRC) no Brasil. O tema da campanha deste ano é “Estilo de Vida Saudável para Rins Saudáveis”. A intenção é ressaltar a relação da obesidade com a doença renal e defender um estilo de vida saudável.

O presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Dr. Daniel Calazans participou do evento. Ele esteve ao lado da Presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Drª.  Dra. Carmen Tzanno, além de outros especialistas na área, representantes dos pacientes renais e transplantados, deputados e senadores. Foi realizada Sessão Plenária no Senado Federal presidida pelo Senador sergipano Dr Eduardo Amorim, com presença da Presidente da SBN, Dra Carmen Tzanno, Presidente da ABCDT, Dr Yussif Mere, Presidente da FENAPAR, Sr Renato Padilha, Presidente da Farbra, Sr João Xavier, Presidente da Abrassrenal, Sr Gilson Nascimento e Vice-Presidente da SOBEN, Enf. Luciano Alvarenga.

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O Senador fez um resumo da situação da Doença Renal no Brasil desde a necessidade de Prevenção até medidas que garantam o acesso ao tratamento e financiamento adequado da terapia renal substitutiva (TRS). A seguir cada integrante da mesa fez sua contribuição enfatizando estes aspectos.

Dra Carmen Tzanno, Presidente da SBN reforçou a necessidade de políticas públicas com foco na prevenção, maior equidade no acesso ao tratamento e maior priorização da TRS.

Dr Daniel Calazans, Presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Dra Miriam Gomes, Presidente da Sociedade Gaucha de Nefrologia, Dr Maurilo Leite, Presidente da Sociedade de Nefrologia do Estado do Rio de Janeiro receberam a palavra e puderam se pronunciar sobre as dificuldades da TRS em seus Estados, que espelham os demais da Federação, principalmente, as geradas pelo sub-financiamento do tratamento de TRS.

Os Senadores Ronaldo Caiado, Wlademir Moka e Hélio José, os Deputados Federais, Geraldo Rezende, Otávio Leite e Carmen Zannoto também prestigiaram e se pronunciaram na sessão alertando para a importância da prevenção, do acesso ao tratamento e a implementação de ações visando a melhoria do atendimento aos pacientes.

No mesmo dia foi realizada ação na Câmara dos Deputados : Estilo de vida saudável para Rins saudáveis, com participação de nutricionistas que atenderam e orientaram sobre alimentação saudável aos diversos públicos que lá estavam.

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Em seu discurso, Dr. Daniel Calazans ressaltou a importância da prevenção e do engajamento de todos os setores da sociedade para o combate às doenças renais crônicas e também as dificuldades enfrentadas pelos pacientes, fatores também destacados pela presidente da SBN. Ele reforçou que faltam vagas para diálise em todo o país, o que gera queda perceptível na qualidade do tratamento e apontou um quadro alarmante: “o Brasil vive uma epidemia de doenças renais, com mais de 10% da população acometida por algum tipo de deficiência renal e infelizmente a maioria não tem conhecimento desta silenciosa doença que só apresenta sintomas em sua fase terminal”.

Em relação ao tratamento, Dr Daniel Calazans fez um paralelo entre a situação do país e de Minas Gerias. “Minas possui grandes lacunas no atendimento atualmente. São aproximadamente 11 mil paciente realizando diálise no estado em 83 clínicas e 2660 pessoas aguardando transplantes”, citando ainda que existem muitos pacientes subdiagnosticados, o que pode aumentar as estatísticas da doença no estado e no país.

O presidente da SMN ainda demonstrou preocupação com o fato de 22 das 77 microrregiões do estado de Minas Gerais serem consideradas vazios assistenciais, o que obriga pacientes a se deslocarem longas distâncias para conseguir o atendimento. “Temos pacientes aguardando vagas em centros importantes como Belo Horizonte e Uberlândia e outros pólos como Juiz de Fora e Pouso Alegre sem vaga”.

A dificuldade para a abertura de novas clínicas e vagas se deve muito em função da defasagem no repasse para cobrir os custos das sessões de diálise. Dr Daniel Calazans apresentou em plenária alguns dados que comprovam a situação já que nos últimos 8 anos o reajuste do repasse foi de 27%, valor menor que a metade da inflação no mesmo período, que foi de 60%. Outra comparação foi em relação ao valor do salário mínimo, que entre 1999 e 2014 subiu 432%, contra 91% dos valores para diálise. “No Brasil são pagos 60 dólares por sessão. Valor bem inferior que outros países sulamericanos como o Equador, que paga 112, e a Argentina que repassa 140 dólares por sessão”, pontuou.

Ao encerrar sua participação, o presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia citou mais alguns pontos que podem melhorar consideravelmente a situação do tratamento de doenças renais crônicas no Brasil e qualidade de vida dos pacientes. “Precisamos revisar e implementar a portaria 389, que possibilita a criação de uma linha integrada em rede para os pacientes renais crônicos e ficarmos vigilantes ao cumprimento do prazo para repasses e pagamentos, para que o tratamento aos pacientes seja cada vez mais eficaz e produtivo”, finalizou.

Assista abaixo a fala do Presidente da SMN Dr. Daniel Calazans, na Sessão Especial no Senado em comemoração do Dia Mundial do Rim.

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