Publicado em 09 de março de 2023 por SMN.
A Doença Renal Crônica (DRC) tem sido reconhecida mundialmente como um problema de saúde pública, sendo uma das principais causas de morte no Brasil, com 40 mil novos doentes ao ano.
Estima-se que no Brasil mais de 140 mil pacientes renais estão fazendo terapia renal substitutiva (TRS). Ou seja, quando os rins atingem 85% de comprometimento, os pacientes precisam realizar a diálise – uma terapia que faz a filtragem artificial do sangue, em geral por meio de uma máquina de hemodiálise, que deve ser utilizada ao menos três vezes por semana, por tempo indeterminado, ou até que a pessoa possa fazer um transplante renal.
Mas o transplante não consegue infelizmente atingir todas as pessoas, e muitos permanecem em diálise por anos. Por isso, em apoio à campanha da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), nós da Sociedade Mineira de Nefrologia (SMN), reforçamos a importância da atenção que o setor necessita, especialmente os atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para tentar diminuir esta estatística, anualmente a SBN coordena no Brasil a Campanha do Dia Mundial do Rim, que tem como principal objetivo disseminar informações sobre as doenças renais, com foco na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Todos esses objetivos estão resumidos no tema central que é “SAÚDE DOS RINS (e exame de creatinina) PARA TODOS”. A data é comemorada toda segunda quinta-feira do mês de março, e que neste ano cairá no dia 09.
Além disso, a data pretende chamar a atenção do poder público quanto aos riscos de falência que diversas clínicas enfrentam pela má remuneração, situação que afeta diretamente a qualidade do atendimento oferecido aos pacientes renais.
Nos últimos anos, o custo com o tratamento tem aumentado, e em contrapartida o repasse do Ministério da Saúde para as clínicas não está sendo atualizado para atender os gastos, que são expressivos. O repasse feito por cada sessão de hemodiálise é R$ 218 e o custo médio é de R$ 313, gerando uma defasagem mínima de 44% dependendo do porte da clínica e do local onde ela se situe.
Por isso, viemos aqui solicitar o endosso da comunidade para que a causa renal ganhe eco nas esferas municipais de nosso Estado gerando o engajamento necessário para que possamos aprovar uma Política de Atenção ao Deficiente Renal.
É necessário reunirmos o maior número de lideranças para que, a exemplo dos Estados de Santa Catarina, Bahia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, tenhamos uma remuneração mais justa, que permita sustentabilidade dos serviços, investimentos em tecnologia e segurança para o tratamento, além da qualidade de vida de nossos pacientes e seus familiares.